domingo, 28 de agosto de 2011

O Caso do Garotinho



Carlito é um nome fictício, pois ele, ainda é uma criança que deve ser preservada (além disso, o ECA – Estatuto da Criança e Adolescente, assim o ordena) e em respeito a religião da mãe dele, preferir preservar mais ainda está criança.

Carlito é uma criança ociosa, que passava maior parte do tempo em casa com a mãe. Apesar de ser o primeiro filho, perdeu para as três irmãs o posto de predileto e foi aos poucos sendo deixado de lado.

Essa criança sofreu uma das maiores crueldades, foi comparado com as irmãs, sempre de forma a demonstrar que era inferior e ficava esquecido durante o dia.

Com tempo ocioso, começamos a pensar muito, depois começamos a conversar mentalmente, quando menos imaginamos, a conversar passa a ser real. O ideal neste caso, não é o sorriso sínico, com o dedo indicador circulando a orelha, mas sim atenção, carinho, conversa, brincadeiras, tirar a criança do estado mediúnico. Fazendo com que a criança conviva com pessoas de carne e osso e não com pessoas desencarnadas.

Porém como nada disso foi feito, o pior aconteceu, um espírito obsessor se apoderou da criança e nasceu o rotulo de: “maluco”. Gritos, xingamentos, murros, alteração de voz entre outras atitudes violentas tomaram contam da personalidade dessa jovem e doce criança.

Carlito foi consultado em hospitais psiquiátricos, onde cada médico dava um diagnóstico, sem nenhum exame mais aprofundado. Não se pode dizer o que a pessoa tem, apenas por uma simples consulta de aproximadamente 15 minutos.

Eu via todo sofrimento desta criança e não podia fazer nada, pois: “o médico disse!”; “O médico falou!”; “O médico mandou!”.

A única coisa que eu poderia fazer era questionar diagnóstico do médico sem nenhum exame complementar ao seu atendimento, num domingo pela tarde em um hospital público. Porém, os gritos, os murros, os ataques não me deixavam espaço para dizer nada.

Para piorar, o medicamento que a criança estava tomando tinha um efeito colateral. Invés de acalmá-la deixava-a mais violenta, mais agressiva, mais inquieta…

Um belo dia, passeando pela rua próxima a casa de Carlito e encontrei o garoto conversando “aparentemente” sozinho. Aproximei-me dele e puxei conversar. Ele calmamente respondia com educação, como o doce Carlito que conheci, até que um vulto passou entre mim e ele e entrou numa casa que estava com a porta aberta e Carlito interrogou-me de imediato.

- Você viu? Você viu! Você viu Que eu vi você olhando!
- Vi sim Carlito!!! Quem é ele?
- É ele, é seu Barreto (nome também fictício), que fica me perturbando e ninguém ver só eu.

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, a criança saiu pulando de alegria por ter uma testemunha de que seu Barreto existia.

Agora tinha um nome e a certeza de que o problema de Carlito era obsessão. Então fiz uma sessão mediúnica e perguntei para nosso irmão Barreto o problema com Carlito. Soube apenas que o problema não era com a criança, que ele tinha mágoa de uma pessoa da família do garoto e que se aproveitou do desenvolvimento da mediunidade da criança.

Se convencer uma pessoa a mudar os hábitos não é fácil, imaginemos mudar o pensamento do espírito, que possui uma raiva, uma mágoa causada pelas atitudes desta pessoa, que se mantém inflexível.

Estava com um problema que não era meu em minhas mãos. Uma criança que, como eu, é médium, que estava sendo taxada de maluca, por causa de um espírito obsessor e para piorar a situação, a mãe da criança é de uma religião que não acredita em espíritos.

Descobri pelo atendimento fraterno da Mansão do Caminho, que a única coisa que poderia fazer era orar pela criança, orar com amor, com fé, pedindo a Deus pela criança, pedindo a Deus cuidado e atenção com o irmão obsessor.

Minhas preces, ou melhor, as preces de todos que acompanharam o sofrimento do garoto, independente da religião, foram atendidas por Deus e uma boa médica apareceu na vida desta criança, que mudou o medicamento que aflorava temporariamente a mediunidade, para um que realmente acalma-o. E hoje ele é quase uma pessoa normal.

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